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Inebriada em chocolate

Não estou com disposição de folia. Têm sido dias pesados. Na última semana fiquei muito sensibilizada pelo drama Nacional. Não sei a razão exacta de tamanha empatia mas as emoções descontrolam-se, solto lágrimas, o estômago aperta e a pele arrepia-se por cada reportagem na TV. Desta vez decidi ser activa e ajudar efectivamente. Contactei as entidades locais e soube como poderia minimizar a minha impotência, perante quem sem nada ficou e muito está a sofrer. No entanto aceito o conselho de não poder me deixar abater desta forma! Este é o senão de se viver intensamente, quando se sente, não há como disfarçar. Preciso espairecer de alguma forma! Vi o anuncio de uma festa temática: Noite branca. Adoro o conceito. A simbologia da cor, a luz que proporciona às pessoas e ao espaço. É um excelente motivo para aliviar o meu estado de espírito. Até ao último momento estava indecisa mas ... definitivamente preciso rir, conviver e dançar. Chegamos, convivemos com os amigos habituais, b
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Confinamento intenso

Possivelmente, em breve, saberemos se esta época surtiu o mesmo efeito da técnica utilizada na procriação na área pecuária: limitando os animais a lugares cercados, em alturas de cio, estes libertam a libido com a escolha dos seu donos deixada nos mesmos confins. Não fosse o clima de medo e o excessivo acesso à informação aos números da Covid-19, também todos nós nos dedicaríamos muito mais ao prazer da carne.  A incerteza de um futuro (ou até mesmo presente), a constante preocupação com os mais próximos e toda a informação cientifica, anulou a minha gula até uma determinada conversa, a dois;fruto de uma das maiores qualidades na nossa relação: a constante comunicação. A certa altura desabafava eu sobre o meu desejo hibernado e ele, com uma presunção característica, dizia que sabia como o despertar. Desta vez, cheguei a duvidar. No entanto, este confinamento  presenteou-nos com outros benefícios: as longas caminhadas em namoro foi apenas um dos mais apreciados. Estes passeios permit

Unicórnio domado I

Escolhi chegar mais cedo, com o desejo de que o tempo de espera abrandasse a inquietude interna. Sentei-me num dos bancos, do lado menos movimentado da estação. A intenção era manter-me em discrição, apenas observar. Queria-a admirar de longe, quando chegasse. Queria-a ver procurar-me com o olhar. Imaginava o quanto estaria ela ansiosa na longa viagem. Seria o desejo dela por este encontro tão desmedido como o meu? Fiquei novamente com a sensação de estar a viver no limbo. Esse mesmo sentimento a causa do nosso primeiro arrufo e afastamento precoce. Mania da desconfiança! X-art.com Fez mais de um par de anos desde que conversamos, continuadamente durante um mês, num chat, até nos voltarmos a cruzar no mundo cibernético. Não foram as fotos que me cativaram pois ela não tinha as curvas desnorteadoras e as poses não eram carregadas de sensualidade. Foi uma simples mini t-shirt, estampada com um dos meus desenhos animados preferidos, o mote do primeiro tema. Surpreendi-a logo aí.

Assim nasce ... uma cruzada iluminada!

É na viragem do ano que muitas pessoas refletem sobre o balanço do mesmo. Não o costumo fazer mas é quase inevitável não pensar no tema. Prefiro outra altura, também marcante mas mais pessoal, só minha. Sigo o lema: Um ano novo é quando o Homem quer! (adaptação) - afinal os orientais não comemoram na mesma altura que os ocidentais (sendo o próximo a 5 de Fevereiro) e há algum tempo atrás, antes do calendário gregoriano, o ano novo era celebrado apenas a 1 de Abril! Do pai das pin-up, o peruano Alberto Vargas Os últimos tempos têm sido intensos em crescimento, em emoções em ... viver! Devota do conceito mindfulness , tento usufruir muito mais do momento, talvez seja o amadurecimento a dar ares da sua graça. Quando revivo o passado, sinto uma espécie de ritual de conclusão e por isso, abominando as despedidas, dediquei-me menos a este cantinho de ócio. O monopólio pelos momentos e memórias é cada vez mais renitente. Comum a qualquer ser, aqui ao outro lado do globo, recordo o dra

Mudam-se os tempos mas nem sempre se mudam as vontades!

  Recordo frequentemente da principal definição do meu "eu" - na adolescência. É certo; este processo é algo bem mais complexo, não se definindo apenas numa determinada etapa. Inicia-se desde as primeiras horas de vida mas é a adolescência a detentora do momento chave: o reconhecimento de quem somos! Recentemente, vivi uma noite que trouxe à memória um dos meus maiores desejos desde que me lembro de quem sou e quem quero ser: viver em comunidade, aceitando as dicotomias e divergências de todos e os mesmos respeitando, não julgando, as minhas opções! Essa noite vive na minha mente constantemente, digna do slogan internacional - "Yes, we can!" O tema era arrojado e, por si só, cativou-me logo à partida. No entanto, imaginei-me retraída e muito mais observadora do que na realidade aconteceu. Além dos amigos e conhecidos habituais fiquei surpreendida com outras pessoas muito queridas, conhecidas noutras bandas. As pessoas fazem sempre a diferença! A multipli

Ansiada massoterapia

A semana carregada em drama, os planos desfeitos, o novo desporto intenso (ideal para alivio do stress, mas potencial para contraturas) originaram uma tensão extra na zona lombar e cervical. Pedinchei, por uma massagem, por dias e quando menos esperava, ele satisfez o meu pedido. Afinal, a massagem é uma das mais antigas e simples formas de terapia, acessível a qualquer um. Com origens no Oriente, há registos do uso das técnicas de massagem na China, Japão, Egipto e Pérsia, há mais de 5000 anos. O mais antigo livro sobre o tema é de 3000 a.c., é Chinês e foi trazido para a Europa na língua francesa. x-art.com Durante uma sessão de massagem, há uma redução do cortisol, hormona, em altos níveis quando há stress. Entretanto, também há o aumento da dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer, motiva a sensação de relaxamento e bem estar após uma destas sessões. Por estas razões, não me surpreendeu a justificação da Igreja, quando na Idade Média causou a interru

Habitual serão genuíno

Recentemente alguém se surpreendia com uma das nossas brincadeiras; apanhados em toques de tornozelos sob a mesa, ouvimos: "Isso não é normal! Se fossem um casalinho juntos há um mês,entendia-se, agora vocês?!" - Gargalhei e fui capaz de uma resposta arrojada: - "Vocês nem imaginam! Com o tempo isto só melhora!" X-art.com Estavas particularmente carente durante o jantar. Provavelmente, o vestido novo de tecido fino, denunciava a ausência de vestes interiores e isso terá sido apenas a acendalha das brincadeiras. Às vezes desejo que sejam assim todos os casais que conhecemos, desde familiares a amigos, vizinhos e conhecidos. Acho completamente saudáveis estes momentos de boa disposição no final de um dia rotineiro. Gosto de imaginar todos os casais felizes no regresso a casa, o derradeiro momento relaxante do dia a dia.  Entretanto, naquele dia  estavas mais endiabrado. Mesmo com gente em casa, não resistias a provocar-me a pele sempre que por mim pass

Intensos expectadores na natureza

Hoje a caminhada foi mais longa do habitual. Iniciei mais cedo, acordei com muita energia talvez pelos dias primaveris que finalmente chegaram. Entretanto, lembro: há muito que desejo conhecer a praia dos pescadores. Consegui chegar mesmo na hora do arrasto artesanal do peixe. Observo todo o reboliço de longe e admiro todo o trabalho duro dos homens do mar. No entanto, após alguns momentos sinto o sol mais quente e preciso descansar um pouco. Embrenho-me um pouco na vegetação até encontrar o local ideal para sentar e relaxar com a brisa marítima a misturar-se com a frescura verde matinal. Quando a azáfama acalma um pouco oiço um carro a parar perto. Consigo vislumbrar por entre os fetos do meu lado esquerdo, um jipe que estaciona embrenhado entre os eucaliptos. Saem duas mulheres de cada porta da frente. Ambas alegres mas de postura receosa.  Observam em redor ao aproximarem-se. Uma trás um vestido floreado de cores tropicais, comprido, a outra trás um vestido mais curto, so