Avançar para o conteúdo principal

Um pouco de mim

" Eu sou uma eterna apaixonada por palavras, música e pessoas inteiras." - Clarice Lispector 

Poderia ter sido a filósofa Clarice, mas não sendo, cito-a como se eu própria decidisse divulgar quem sou:

Uma mente invulgar mas que aprecia a vulgaridade. Delicio-me com as coisas mais simples que podem espoletar as extraordinárias. Aqui sacio e partilho a minha paixão por letras. Também já aqui escrevi algo sobre musica - arte que conduz emoções ou faz revivê-las. Escrever sobre pessoas inteiras, falar...é difícil. 

Pessoas inteiras, aquecem, humanizam, criam afectividades, cultivam sentimentos.

Pessoas inteiras alimentam empatias. Difícil não nos apaixonarmos. Não me refiro à paixão cega de adolescente, mas sim, à paixão que idolatra reconhecendo o valor de quem conhecemos e nos faz querer conhecer mais. Esmiuçar cada característica do seu ser. 
Pessoas inteiras são corpo e mente. Corpos sem mente são inanes, vegetativos.

Quando esse ser nos cativa, seduz e outras sensações se idealizam. 

Gerir todas as emoções é algo complexo mas igualmente reconfortante quando conseguido. O ser de cada um de nós é o cerne da nossa sensualidade. Há quem seja sensual pelo carisma, pelo modo de andar, pelo modo de falar, pelo lado angelical, pelo lado duro e objectivo. Todo o ser humano consegue ser encantador e extraordinariamente sedutor simplesmente por deixar que o leia, que o descubra, que o conheça. Os receptores de tal privilegio encantam-se, apaixonam-se e devolvem na mesma moeda. Assim se cria um ciclo: Seduzir ou ser seduzido?
“Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. 
Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
O Pequeno Príncipe

Talvez pudesse resumir todas estas minhas letras com algo que li recentemente: "O encontro mais íntimo não é sexual. A verdadeira intimidade acontece entre duas pessoas que vencem o medo de se mostrarem emocionalmente como são." Afinal talvez aqui também partilhe um pouco da minha intimidade.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A chave é simplicidade...

Mais uma noite nos reencontramos. Um evento inicialmente calmo mas inesperadamente os ânimos se entusiasmaram. Mesmo assim, no meio do frenesim da pista, em horas altas, o sorriso de Nanda faz-me divagar. Relembro as memórias dos bons momentos em comum e toda a sedução improvável. Faz pouco mais de um ano que fomos apresentados. Neste mesmo espaço, actualmente o nosso clube de eleição. Era noite de aniversário, casa cheia. Comemoração excelente para conviver, divertir, conhecer pessoas. Acabamos por usufruir toda a noite em conjunto sem que nada tivesse  sido planeado. Não nos largamos com desejo de usufruir de tanta empatia. Sabia que os iríamos encontrar mas as expectativas eram muito diminutas, talvez não passássemos além de um "Olá". A imagem que Francisco me transmitiu em tempos, numa mera conversa online, fazia-me crer ser uma pessoa extremamente arrogante e presunçosa. Características, agora, completamente incompatíveis com o casal doce e desejado que se tornou. D

Em folia no baloiço

«Carnaval» uma comemoração temática, tal como muitas outras, esvanece-se o motivo de tal celebração. O nascimento da palavra surge de carnisvalerium (carnis de carne + valerium, de adeus), indica o «adeus à carne» ou à «suspensão do seu consumo» Época de excessos para posterior jejum. Vestirmos personagens, esquecer o politicamente correto e dedicarmo-nos à folia. Em mais uma pesquisa cibernética encontrei outro foco de diversão: o baloiço erótico. Lubricidade aliada à puerilidade de quem sempre apreciou baloiçar de cabelo ao vento, em idade mais tenra.  Ambos empolgados com a nova fantasia, durante alguns dias foi o tema, intercalado na seriedade da rotina diária, que nos fazia sorrir. Ansiávamos cada vez mais pelo momento de brincadeira a dois. Não gostamos de premeditar estes momentos mas fantasiar deveria ser obrigatório a qualquer casal. São estes detalhes que nos unem e alimentam a cumplicidade. Entramos no quarto, colorido, alegre, definitivamente carnavalesco. Avali

Intensos expectadores na natureza

Hoje a caminhada foi mais longa do habitual. Iniciei mais cedo, acordei com muita energia talvez pelos dias primaveris que finalmente chegaram. Entretanto, lembro: há muito que desejo conhecer a praia dos pescadores. Consegui chegar mesmo na hora do arrasto artesanal do peixe. Observo todo o reboliço de longe e admiro todo o trabalho duro dos homens do mar. No entanto, após alguns momentos sinto o sol mais quente e preciso descansar um pouco. Embrenho-me um pouco na vegetação até encontrar o local ideal para sentar e relaxar com a brisa marítima a misturar-se com a frescura verde matinal. Quando a azáfama acalma um pouco oiço um carro a parar perto. Consigo vislumbrar por entre os fetos do meu lado esquerdo, um jipe que estaciona embrenhado entre os eucaliptos. Saem duas mulheres de cada porta da frente. Ambas alegres mas de postura receosa.  Observam em redor ao aproximarem-se. Uma trás um vestido floreado de cores tropicais, comprido, a outra trás um vestido mais curto, so