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S.Valentim

Cada vez mais os dias festivos, são os dias de afirmação enquanto divergente numa sociedade consumista. Mas quer pelo marketing agressivo de cada montra desencaminhadora, quer pelo tema implementado, cores e grafismos, assumo, como ser feminino, sucumbir à economia de escala. De vez em quando, cedo a alguns caprichos contrariando valores mais vincados.

O dia de S. Valentim é cada vez mais um destes dias. Ganha o valor comercial. Montras avermelhadas que nos berram nos olhos. Dou por mim a invejar as mentes dispersas noutros assuntos menos libidinosos. Passam por estas cores, decorações e artefactos de lingerie sem que nada os apele e não os faça perder no mundo imaginário.
Tal como o Carnaval, esta comemoração tem uma origem muito controversa: o dia 14 é o marco da morte do bispo Valentim, insubordinado, continuou a realizar casamentos quando tal foi proibido. Coincidentemente, ou não, é véspera de comemoração do festival, da época romena - Lupercália -  celebração de saúde e fertilidade. Cultura reconhecida, por casa, este dia é só mais um dia lubrico.

Desta vez, vou diversificar a cor da lingerie que mal observas. Para ti, lingerie é sinónimo de “despir”! Adoro quando me dizes:”Prefiro-te nua. Só a tua pele já me faz arder por dentro ao mais leve toque!” - Claro que qualquer mulher se delicia com tamanho galanteio mas, nada deve ser garantido, nada se deve tornar rotineiro e o simples facto de me embelezar, é como se embrulhasse o mais saboroso bombom de chocolate. Compro um babydoll rosa, mais efeminado do que estás habituado, só para te surpreender. É um facto,  adoro fazê-lo!
Devido ao comércio mais activo hoje, vou ter de te esperar mais do que o habitual regresso a casa. Assim, dá-me tempo para me banhar e perfumar. Iluminar a sala com velas aromáticas. Até mesmo maquilhar com eyeliner, até desenho o olhar dramático e sedutor. Quase se assemelha ao ritual de uma gueixa que vai entreter o seu dono. Coloco uns brincos e cubro-me com um roupão e manta no sofá, à tua espera. Apesar de toda esta apetência de comemorar mais um ano de namoro, a noite está fria e o tecido transparente de nylon não é muito acolhedor na pele.

Dedico-me a escolher uma música para te aquecer quando chegares. Somos adeptos das musicas da moda e uma melodia latina parece-me uma óptima escolha para uma table dance. Ensaio umas quantas ao ver uns vídeos de danças e rapidamente elaboro mentalmente a estratégia de investida.

Propositadamente, esqueci a chave na porta para que seja eu a receber-te. Um beijo terno e quente. Estás cansado mas só por este gesto já sorris. Como me satisfaz agradar-te. Depois de jantares algo leve e colocarmos a conversa em dia sobre mais um dia vamos para a sala. A luz ténue logo origina mais um beijo de enamorados. Como as tuas mãos depressa se tornam irrequietas, interrompo o momento. Peço que te acomodes, vou dançar uns movimentos novos. Sorris e acomododas-te numa ponta do sofá. Observas-me com esse olhar e sorriso. Um misto de malícia, satisfação e apreciação.

Dispo o robe muito lentamente, em movimentos ondulados ao som da primeira música. Não mencionas nem uma palavra mas, consigo ler no teu olhar, a admiração pela surpresa. A melodia muda e os movimentos também. Mais exibicionistas, mais eróticos. Movo-me de forma a que aprecies cada curva. Dizes-me que te vais vingar e assim verifico que a estratégia funcionou. Consigo sentir a eficácia quando me sento no teu colo. Ainda a bambolear, beijo-te concupiscente de língua invasora. Sinto-te a apertares-me contra ti. Roçamos um no outro sem as bocas se descolarem. Entretanto, decido prolongar um pouco mais a ânsia de nos devorarmos e puxo-te para dançarmos um pouco. Atarrachamos numa kizomba bem sensual.
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Não resisto mais e faço-te sentar novamente comigo ao teu colo. Agora os beijos e mãos manifestam a vontade de ambos. Puxas as alças do tecido e desnudas-me os seios. Apertas e afagas até os abocanhares. O atrito do teu tesao sob mim está a humedecer-me. Beijo-te enquanto te desaperto as calças.  Ajudas e tocas-me. A calcinha sem costura é colocada de lado. Agora sao os nossos sexos que dançam e se acariciam. Elevo-me um pouco indicando que vou sair mas afundo-me em ti, lentamente. Alguns gemidos e penetrações e rodas sob mim com todo teu impulso.

Ajoelhas-te na frente do sofá.  Encaixado nas minhas pernas abertas. Removes a tanga. Tocas-me com as tuas mãos quentes desde o pescoço,  seios, anca e clítoris.  Pulso de desejo nesta altura.  Sinto cada toque mas quando me beijas nas virilhas mal seguro os gemidos. Páras e dizes que te vais lambuzar antes de me tomares tua.

Esta cupidez está a consumir-me. Sinto desejo de ti e não da tua língua. Tento que o egoismo nao vença mas o meu corpo fica irrequieto. Puxo-te para mim. Beijamo-nos e sinto o sabor do meu licor. Com os pés desloco as tuas calças para baixo e dispo-te a camisola. Novamente encaixamos os dois. Deliro de prazer a cada penetração. Afastas o teu tronco do meu. Gostas de me apreciar. Bem na ponta do sofá estou completamente aberta para ti. Toco-me e sentes as minhas contracções. Expludo em ti e tomas-me tua com estocadas fortes segurando na anca.



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Lânguidamente escorrego pelo sofá. Dobro-me ao teu dispor. Quero continuar a ser tua. Os nossos corpos comunicam e sem uma palavra sabes o que desejo. Sentir-te. Docilizas-me primeiro lentamente até perderes o controlo. Preenchida pelo teu tesão e um dedo no rabinho entro em êxtase com os teus impulsos de prazer. Nesta altura também eu sinto: és meu! Adoro quando te perdes em mim.


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