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Verdade ou consequência - Parte 3

Por momentos existem alguns olhares tensos. Sinto-me um pouco culpada e tento suavizar a seriedade. "Parecem crianças a quem se tirou a guloseima!" - comento. Sorriem-me enquanto me desamarram e arrumam a mesa. "Precisamos de uma bebida para acalmar os ânimos” – diz Mariana, ainda a recompor-se das mãos atrevidas que a exploravam momentos antes e a deixaram de tez ruborizada.

Questiono-me se o jogo acabou, se inconscientemente fiz com que a noite terminasse. Revivo todo o momento anterior, mentalmente e repito o “não! Não era assim que eu queria!” Entregue a brinquedos, quando o que mais desejo é a envolvência dos quatro. 

Lucas aproxima-se com o olhar que me perturba e de sorriso um pouco escondido, solta: “Estás bem?”- chega logo de seguida Mariana com um refresco e mais uma garrafa de vinho. Aceno e sorrio. Troco olhares com o mais que tudo e sinto-me compreendida. Ele, mais do que ninguém, imagina o que me vai na mente. Endiabrada como ele tanto aprecia mas contida. Espero o instante certo. 

Precisamos aliviar a tensão despropositada. Pergunto em tom desafiador se o jogo terminou. O meu cúmplice de vida diz que espera que não. Até porque, uma nova versão se estava a iniciar: homens a provocar as mulheres. A eterna guerra dos sexos é espoletada. Surpreendentemente Mariana concorda. Não me recordo quando a timidez dela se perdeu, mas agrada-me bastante. 

O meu marido olha-me tentadoramente, deixando-me inquieta, como sempre. Solta uma aposta na mesa: “Verdade ou consequência para as meninas? “ - provoca, dizendo que não aceitaremos a consequência, como óbvio. Está a agir cautelosamente. Aproveita e tranquiliza-me, verbalizando o que eu não consegui no momento de tensão. “Sei o que não foi desejado pela minha mais que tudo, na mesa. E sei o que fazer para que o desconforto não exista.” Antecipa-se e solta a pergunta da verdade: "querem continuar o que iniciamos? “ olhamo-nos com cumplicidade e damos a resposta em uníssono : “consequência”! 

Sentadas lado a lado no sofá, assim ficamos, sorridentes em expectativas. Depois de trocarem algumas palavras entre eles, aproximam-se. Os olhares cruzam-se entre todos. Estamos definitivamente em modo lascivo. Lucas solta uma ordem simulada em tom de pedido : "Queremos ver um beijo das duas. Um beijo quente como as meninas tão bem o sabem fazer". Este já não era o primeiro beijo, mas eles não o sabem. Cedemos contiguamente, com muita vontade de repetir o que já tinha acontecido, logo cedo na cozinha. O toque suave nos lábios, num ápice se torna num encontro de línguas exploradoras. Os corpos unem-se mais e tornamos o momento longo com mãos que exploram, pescoço, ombros até sentir uma palma quente e suave sobre o meu seio que se empola. 

Somos surpreendidas e interrompidas. Ambos colocam o cinto das calças nos nossos pescoços e seguram. Estamos submissas, ao nível da tesão eminente de ambos. Em concomitância desapertamos as calças de ambos, premeditando os seus desejos. Descobrimos os sexos vigorosos que logo começamos a saborear, deglutir, sugar, sorver. Em breves instantes a perversidade das bocas faz soltar gemidos e respirações aceleradas. Pervagamos e trocamos sabores e prazeres.
Durante estes instantes de mestria feminina, deixamos que eles nos dispam, lentamente. Acariciam-nos a pele. Seguram-nos os cabelos e soltam os cintos. Estamos os quatro rendidos ao momento concupiscente. O meu amante de vida, baixa-se e reproduz todo o fervor recebido pela boca da Mariana no centro da sua humidade. Continuo com a boca preenchida e agora os olhos também. O que vejo faz-me arder de tesão mais ainda. De repente solto o Luís e puxo a Mariana. Também a quero. Beijo-a e toco onde momentos antes uma língua afervorou a sua libido. Tem o clitóris quente, inchado e geme para mim.


Neste momento, os nossos seres másculos aproximam-se, deliciando-se com a nossa paixão. Sentados um de cada lado do sofá, vamos partilhando beijos e mãos. Os falos estão latejantes na mão de cada uma. Estamos cada vez mais inquietas demonstrando a sofreguidão crescente dos nossos corpos. Sussurro à Mariana: "Quero provar-te!" - sorri e responde que também quer. Fundimos a pele e rodamos no sofá. Rapidamente estamos em plena posição famosa do kamasutra.  

Estou deitada debaixo da Mariana. Sorvendo o seu licor, ouço a voz que tão bem reconheço manifestar um desejo que muitas vezes já escutei vezes sem conta: "Assim nessa posição não vou resistir!" A minha nova amante, depreendida de qualquer pudor responde, interrompendo os lábios que me saboreiam a fenda: "Não esperes muito!" Até aqui, os nossos homens permaneciam juntos a nós ora pela boca, ora pelas mãos, mas esta cupidez e anuência altera movimentos. Sinto a proximidade de alguém por trás da Mariana, abro os olhos e vejo a penetração lenta. Em simultâneo com os movimentos da minha língua perto do centro de prazer de ambos geram-se gemidos guturais.
Também eu estou em desespero corporal. Sinto algo novo.  Intervaladamente sinto duas línguas em mim. Quase me sinto sem ar por cada estimulo no sitio certo. Quando não tenho as duas bocas em mim, tenho a boca da Mariana e os dedos do Lucas. Em breves instantes eu e a Mariana não aguentamos a tesão crescente. Em uníssono atingimos o primeiro clímax. 

Quero mais! Levanto comigo a Mariana e peço aos homens que se sentem. Um em frente ao outro. Estamos todos sorridentes. Entramos em cumplicidade continua. Pouca coisa precisa de ser verbalizada. Sentamos ambas de frente uma a outra. Lentamente sob os membros tesos e hirtos. Cavalgamos as duas fazendo com que sejam eles a desesperar agora. Uma mão segura no seio da Mariana, ao que não resisto e sugo. 

Inquietas seguramos o corpo de ambas. Impulsionamos as estocadas. Seguramos as nádegas de ambas, afastando e permitindo a profundidade. A perversidade do Lucas expressa-se no dedo invasor do orifício que se expõe nesta dança. Solto um impropério. O êxtase está próximo novamente. O corpo começa a ceder. O raciocínio perde-se. 

Rodo sobre mim. Quero ver este homem que me inquieta, que se funde comigo, perder a compostura. Agora é ele que me aperta os glúteos e torna a a invadir-me os dois orifícios lentamente. Olhamo-nos intensamente e inicio os movimentos de vai e vem.

Quase sinto estes mesmos movimentos atrás de mim. Mariana está de quatro e ouço os gemidos, ouço as estocadas. O som é extasiante e a imagem deve ser muito mais. Em momentos fugazes, Lucas observa os dois e vejo o quanto o delicia. Aumento a intensidade num destes momentos e levo-o a ruborizar e a atingir o zênite. Logo de seguida pelo som de pele com pele, o meu mais que tudo está no auge junto com a doce amante. A noite está breve a terminar pelo clarear do céu na janela, mas a paixão a quatro não.
Imagens cedidas por X-art.com

Para quem não conhece o inicio da historia:
http://volupialunar.blogspot.pt/2015/12/verdade-ou-consequencia-parte-1.html
http://volupialunar.blogspot.pt/2015/12/verdade-ou-consequencia-parte-2.html

Comentários

  1. Adorámos.
    Beijinhos.
    Visite-nos...

    http://onossoamorperfeito.blogspot.pt/

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  2. maravilhoso, gostamos muito, é muito excitante
    casal2ut2ut

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