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Licença para foder

Época de achaques. Chegou a minha vez na roleta russa dos vírus. Foram uns dias de debilidade minha que muito surpreenderam quem me rodeia.

A ti...a ti, este meu estado transforma-te de forma nefasta. Não queria que te transtornasse tanto. Talvez por isso da ultima vez que procuraste o meu corpo desejoso da minha pele, do meu cheiro, do meu contacto, ignorei os sintomas de alerta e cedi-te. Não sendo a primeira vez, obtive um clímax agridoce. Se há estudos que afirmam que fazer amor alivia enxaquecas, há também avisos que informam que as mesmas podem aumentar. Desta vez foi uma delas. Entrei em colapso mesmo ali, no momento de libertação das endorfinas, não houve forma de esconder a minha condição frágil.

Nestas alturas embirro com as estatísticas que promovem investigações sobre "pessoas apaixonadas têm a imunidade mais alta", e ainda outro exemplo "fazer amor aumenta o combate as doenças virais". Em tempos alguém me disse que a estatística é a meretriz da matemática e é nestas alturas em que concordo. Cada vez mais é a macro economia que dita as estatísticas.

Foram poucos os dias necessários para recobro, mas foram os suficientes para evocar a imprescindibilidade um do outro. Uma das noites, febril, assim que te juntas a mim no leito, confesso-te que tinha fome tua. Chamaste-me doida e, eu coloquei a tua mão no meu vale dos recreios. Sentiam-se bem as contracções, estaria na altura alta da libido. Foram momentos escassos a que renunciaste tu render-te à minha insanidade.

Amanhecemos enroscados. Tenho dormido imenso como forma de analgésico mas parece que nunca é suficiente. Demoro a despertar por todas as razões. Sinto-me bem assim, aconchegada em ti. Sinto as tuas mãos quentes a afagar a minha pele lentamente. Com a ponta dos dedos, passeias pela minha face, pescoço, até vaguearem pelos seios.

Ao longo dos anos vai-se desvalorizando algumas características de cada um : o meu mau acordar e o teu tesão matinal são apenas exemplos. Há manhãs que não fazem diferença, há outras em que um decididamente tem a missão de anular o outro.

Ainda o consciente não despertou e sei o que me estás a pedir. Sinto o teu tesão no falo rijo encostado na minha anca. A determinada altura por cada espasmo teu há uma contracção minha. O desejo de ti desperta de novo e os meus olhos insistem em não abrir. A única forma de te dizer que te quero é levantar a cancela! Quero que percebas que tens licença para foder. Aproveito a famosa posição de conchinha e levanto uma perna e disponho-me mais perto do teu caralho em movimentos lânguidos.

Recusas tamanha oferenda. Sussurras-me ao ouvido: "Bom dia! Vais acordar primeiro e pedir" - submerges pelos lençóis. Afastas-me as coxas e sinto-me invadida pela tua boca, pela tua língua. Sou o teu manjar matinal. Transtornas-me! Fazes-me despertar em gemidos contidos. Levanto os lençóis e peço : "Quero-te! Anda!"

Adoro quando me exploras como se fosse novidade. Língua, dedos e tesão, sinto-me ensandecer mas com as forças restabelecidas, penso: Quero mais! Comprovo-te que acordei movimentando o corpo bruscamente. Rodo sobre mim e ofereço-me! Esquecemos as horas, esquecemos agora as responsabilidades adultas até os corpos sucumbirem ao auge e assim recomeçar uma nova etapa de volta às energias.

Imagens cedidas por X-art.com

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